outubro 22, 2010
Sócrates, o Ágil
Não há dúvida! O rapaz é cá de uma agilidade a fugir à verdade... Espectáculo.
(Roubadito ao '31 da Armada'. Não pedimos para não estarmos a incomodar as pessoas.)
outubro 17, 2010
Sócrates: um chefe que nem todos os portugueses sabem merecer.
Sócrates, o nosso querido e muito apreciado líder, reputado linguísta e afamado engenheiro alta e especialmente diplomado, nosso praeclaro mestre que nas horas vagas se dedica à governação de um país fantástico entre a Europa e o Atlântico, - numa palavra: 'el hombre' - , lembrou-se (ou alguém muito maçador o lembrou...) que as dívidas, pelo menos em princípio, devem ser pagas. Minudências!...
Vai daí, muito a contragosto (coitado), fez um orçamento para combater a crise deste magnífico país que fazemos os possíveis por merecer. E que belo orçamentozinho que o nosso rapaz dourado deu ao prelo! (Perdoe-se-nos o excesso de familiaridade algo, diagamo-lo, babosa: é o amor que lhe temos aqui na Planície que nos faz almejar tocá-lo, como a sua linda jugular se apresentadistante, tentamo-lo, mais que não seja, pelas palavras amigas. É humano...).
Adiante. Genialmente, o orçamento que elaborou permite-lhe continuar a alimentar todos os seus amigos dos Institutos, das empresas do seu estado e das fundações. Mas o grande líder, com o seu radioso orçamento fez mais: tirando dinheiro dos bolsos de alguns imbecis que não o sabem gastar com qualidade, ambiciona acabar definitivamente com os mc'badochas e gorpizzahulhtfos que enxameiam as ruas das cidades deste maravilhoso país. Os seus amigos e os amigos dos seus amigos, agradecidos, dão-lhe já trinta e tal por cento nas sondagens já feitas por outros amigos e encomendadas por amigos de amigos de outros amiguinhos.
Por outro lado, as marcas da modernização mais modernaça que pacóvios labregos como nós poderíamos almejar não ficam definitivamente postas em causa: o TGV pode marchar, ainda se podem fazer mais umas auto-estradas e, calhando, ainda se pode mesmo alcatifar o Parque Eduardo VII... e mesmo o Terreiro do Paço se se resolver o problema das humidades... É fofo, isto. É ou não é?
Só é pena que alguns mal agradecidos detestem as dietas que lhes têm que ser impostas. Umas bestas!
outubro 12, 2010
Novas oportunidades
Se continuarmos a dar a oportunidade a este rapaz de continuar como primeiro-ministro, apostamos que ele, lá para 2078, coisa assim, ainda se faz...
Cá para nós não restam dúvidas, votar e apoiar Sócrates é já um desígnio nacional.
Votemos e apoiemos, pois, o PS e façamos por merecer a inefável presença cimeira deste jeitoso moço sobre todos nós.
Viva Portugal!
abril 13, 2010
Minas
Um texto para ser bom também precisa de ter substância. E a substância é que o liberalismo é incapaz de ver a riqueza do subsolo pátrio como um bem de todos os portugueses. Destes e dos que hão de vir. Não o perceber é, em última análise, não perceber quase nada. É não entender a alma dos mineiros e de quem vive na proximidade das minas. A alma dos pescadores e de quem vive na proximidade do mar. A alma dos agricultores e de quem vive no campo. É, de facto, deslaçamento... É viver aqui com a cabeça alhures. É zero. Absoluto zero.
A ligação à terra, como dizia o outro, não se faz andando de jipe na cidade.
abril 12, 2010
Bocage, Bocais e Robalos
Comecemos pelo fim, pelos robalos: É bonito ver alguém que se preocupa com a saúde estomacal do próximo e que, corrompendo alguém (é um suponhamos...), lhe corrompe o espírito e o carácter pelo estomago. É bonito e é muito português. De facto, se recordarmos a época em que as esposas lusitanas (oh, claro! claro! muito antes de aparecerem por aí essas brasileiras...), pugnavam pela vitalidade dos seus casamentos, conquistando os estomagos dos seus conjuges, esta mania de oferecer paparoca até é um bocado abichanada... Mas, sublinhe-se, muito menos odiosa do que a corrupção feita a partir da oferta de diamantes de guerra.
Adiante: se Elmano Sadino era a designação erudita e até iniciática para se nomear o grande poeta José Maria du Bocage, Bocais, era a forma popularucha que designava o conhecido poeta. Aqui na Planície, premiava-se este ilustre repentista atribuindo-lhe a autoria e a acção de uma imensidade de anedotas que, na sua maior parte, nada tinham que ver com o referido homem de letras. Uma das anedotas que ouvimos atribuir-lhe enquanto autor e actor - e caminhando para o fim deste já massacrante arrazoado - conta-se em três penadas:
Um dia, estando Bocage de cavaqueira com alguns amigos num jardim da capital e tendo atrás de si, costas com costa, uma senhora de sociedade que conversava com outro grupo de pessoas, apercebeu-se que a senhora soltou um estridente traque. Um escândalo passível de multa então e, provavelmente, um escândalo passível de notícia no '24 horas' nos dias de hoje. Por azar da referida senhora, e por azar de toda a gente, passou um polícia pelos circunstantes. O polícia, hesitante, amarelando um sorriso cortês, esboçava a vontade de lhe dirigir algumas palavras e de, muito lamentavlemente, ter de fazer cumprir a Lei. Firmemente. Trémulo, pálido, suado, dirigindo-se à senhora a pontos de esta ficar escarlate, pensava no que raio haveria de dizer. Nada. As palavras não lhe saiam. Ficavam-lhe mais encalacradas no bigode farfalhudo do que a couve do caldo verde quando sorvia a sopita no remanso da sua casa. Era em casa, aliás, que lhe apetecia estar. Em casa, ou num buraco, mas num buraco bem fundo...
Pelos olhares e pelos gestos dos seus companheiros, Bocage percebeu que estes lhe pediam que resolvesse a situação. Queriam uma solução à Bocage. Quebrando o incómodo silêncio, foi o que fez:
- Senhor polícia, quero dizer-lhe que o peido que essa senhora deu não foi ela, fui eu.